O professor Carlos Alberto Arruda de Oliveira tomou posse, hoje (27), como presidente a da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG). O ato foi assinado pelo secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Fernando Passalio, em reunião realizada na sede da Fundação.
A escolha do novo presidente se deu por meio de uma lista tríplice enviada pelo Conselho Curador da FAPEMIG ao governador Romeu Zema. Em sua fala de agradecimento, Arruda destacou seu desejo de contribuir para o fortalecimento do ecossistema mineiro de ciência, tecnologia e inovação e para a criação de projetos e planos que gerem impacto para a sociedade.
Atualmente, Carlos Arruda é professor associado da Fundação Dom Cabral e consultor associado da Cambridge Family Enterprise. Com doutorado em Administração, pela University of Bradford (1992 - Reino Unido), mestrado em Administração, pela Universidade Federal de Minas Gerais (1988), e graduação em Engenharia Mecânica também pela UFMG (1980), o gestor falou um pouco sobre seus planos à frente da instituição.
Quais são as expectativas para a sua gestão como presidente da FAPEMIG?
Nas últimas três semanas, tenho conversado com muita gente que trabalha, já trabalhou, recebe e já recebeu recursos da FAPEMIG além de representantes de diferentes secretarias do governo de Minas, universidades e outras entidades. Neste primeiro momento, minhas expectativas são de contribuir para o desenvolvimento interno da FAPEMIG e colaborar para que a instituição realize sua missão de “Promover o conhecimento científico, tecnológico e inovador visando ao desenvolvimento econômico e social sustentável de Minas Gerais”.
O que devemos fazer e onde devemos atuar para que a Fundação continue não só relevante para a comunidade científica do Estado, mas também sirva como modelo para as outras agências de fomento estaduais do Brasil?
Acredito que a FAPEMIG tenha todo o potencial para ampliar sua atuação como o promotor do desenvolvimento da “cadeia de valor de inovação”, atuando como um hub onde os diferentes atores – academia, institutos de tecnologia, empresas e agências do governo – colaborem.
O mundo lida, hoje, com questões urgentes como mudanças climáticas, diversidade étnica e de gênero, internacionalização, inteligência artificial, entre outros. Em sua opinião, qual o papel da ciência no enfrentamento dessas e de outras demandas contemporâneas?
As ciências são fundamentais na busca e no desenvolvimento de novos conhecimentos que sejam fontes de solução para esses desafios. Como professor de inovação, eu vejo essas questões como oportunidades para criarmos um mundo melhor. Há alguns anos, coordenei uma série de estudos que chamamos de “Inovação: o Motor do ESG”. A ciência é a base para o desenvolvimento de soluções, produtos, serviços e negócios inovadores.
Minas Gerais é um Estado diverso em suas riquezas e também em suas vulnerabilidades. Como o senhor deseja atuar para equacionar esses dois pontos e possibilitar a expansão da pesquisa e da inovação no Estado?
Minas Gerais é um estado com muitas capacidades, seja nas diversas universidades públicas e privadas, seja nos institutos de tecnologia e nos muitos empreendedores e empresas. Um estado de inovadores! Temos bons exemplos, mas creio que ainda são poucos para realizar o nosso potencial. Não basta ter uma dezena de cientistas e empreendedores, precisamos de centenas. O papel da FAPEMIG é (descobrir) e apoiar esse talento inovador desde a iniciação científica até ela ou ele ser indicado para o prêmio Nobel ou se tornar um unicórnio (startups unicórnio são as empresas de tecnologia avaliadas em mais de um bilhão de dólares antes de abrir seu capital em bolsas de valores, ou seja, antes de realizar o IPO – Initial Public Offering).
Se o senhor pudesse projetar a sua atuação na FAPEMIG por meio de três palavras, quais seriam?
Colaboração; Produtividade; Inovação.