FAPEMIG apoia pesquisa que avalia a disponibilidade hídrica do Norte de MG

Tatiana Nepomuceno - 13-06-2019
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A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG), por meio do Acordo de Cooperação Técnica celebrado em 2010, apoiou pesquisa inédita conduzida pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM), que descobriu a disponibilidade de água subterrânea nas regiões norte, nordeste e noroeste do estado de Minas Gerais. De acordo com o diretor de Ciência, Tecnologia e Inovação da FAPEMIG, Paulo Sérgio Lacerda Beirão, o investimento criterioso em pesquisa gera ganhos para a sociedade e esta é uma das premissas da Fundação. “A partir de um acordo de cooperação técnica com o IGAM, a FAPEMIG induziu pesquisas voltadas para a gestão de águas que permitiu a descoberta de recursos hídricos subterrâneos no norte do Estado, o que abre novas possibilidades de desenvolvimento econômico e social dessa região.”, pontua Beirão.

Sob o título de Projeto Águas do Norte de Minas (PANM), as áreas abrangidas pela iniciativa contemplaram as Unidades de Planejamento e Gestão de Recursos Hídricos (UPGRHs) do rio São Francisco; rio Jequitinhonha; rio Mucuri; rio Pacuí e bacias do Leste, em uma extensão aproximada de 245.520 km², passando por 181 municípios. O estudo contou com cerca de 40 técnicos e pesquisadores que, juntos, descobriram recurso potencial explorável correspondente a cerca de 20% do volume do reservatório da usina hidrelétrica de Três Marias, podendo ser utilizado para abastecimento regional ou irrigação. Para a diretora-geral do Igam, Marília Melo, o projeto é um resultado importante dessa parceria e do desenvolvimento da pesquisa aplicada, como forma de subsidiar o aprimoramento de políticas públicas.  "Nesse caso específico, a descoberta será a base para toda gestão de uso de águas subterrâneas para o Norte de Minas, uma região crítica de disponibilidade de água, onde a água subterrânea é uma fonte significativa para garantir a segurança hídrica.", destaca Melo.

Para o coordenador técnico do projeto e pesquisador da CPRM, Márcio Cândido, a viabilização da execução do Projeto se deu pela participação de importantes instituições, como a FAPEMIG, o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico (Semad), Fundação Educativa de Rádio e Televisão de Ouro Preto (Feop) “Que entenderam a importância técnica e social dos estudos e se juntaram a fim de levar a cabo sua realização, seja com a disponibilização de recursos financeiros, seja na alocação de horas técnicas de seus servidores.”, declara.

Sobre a participação da FAPEMIG 

De acordo com Cândido, o valor financiado pela FAPEMIG (R$ 1.564.500,00), teve como objetivo a aquisição de equipamentos que permitissem a estruturação da rede de monitoramento integrada e a realização do monitoramento (equipamentos de monitoramento e veículos), assim como a aquisição de softwares para análise e interpretação dos dados obtidos do monitoramento e ainda a contratação de serviços de caracterização socioeconômica da região.

Ainda, de acordo com Cândido, o financiamento do custeio de implantação e operação da rede, incluindo a contratação e manutenção de equipe de hidrotécnicos para os trabalhos de campo, bem como a contratação de serviços referentes à perfuração de poços de monitoramento hidrogeológico, serviço de mapeamento geológico das bacias, consultoria técnica, análises químicas das águas, dentre outros foram possíveis graças ao trabalho em conjunto de todos os envolvidos, o que ressalta a importância de tal descoberta para a sociedade “É o conhecimento da disponibilidade hídrica e uma gestão integrada, pautada por dados científicos, que podem minimizar os conflitos gerados pelo uso da água.”, finaliza.


Abaixo estão as publicações científicas, acerca das descobertas: 

Relatório de integração: consolida os resultados obtidos das 14 Bacias representativas com os dados de âmbito regional, disponíveis tanto neste estudo como nos projetos institucionais realizados anteriormente na área do projeto, bem como apresenta uma avaliação do limiar de vazão insignificante estabelecido pela DN-34 frente à disponibilidade hídrica subterrânea da região.

Atlas Cartográfico: constituído por mapas básicos e temáticos em escala regional (1:2.500.000).

Mapa Hidrogeológico em escala regional (1:1.000.000). 

Mapa de Recarga Hídrica Subterrânea em escala regional (1:1.000.000). 

Sistema de Informações Geográficas (SIG) do Projeto e Bancos de dados hidrometeorológicos.