Trabalhar e estudar no exterior

Tuany Alves - 19-07-2019
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Nos dias de hoje estudar, e/ou trabalhar, no exterior é algo que vai muito além de aprender um idioma. Oportunidade de crescimento pessoal, o intercâmbio é acima de tudo um investimento profissional. Pensando nisso, a Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (FAPEMIG) está apoiando a realização da palestra, gratuita, Estudar & trabalhar no exterior

O evento acontecerá no dia 12 de agosto na PUC Minas no período da manhã (campus Coração Eucarístico) e da noite (campus Praça da Liberdade). Ministrado por Letícia Bittencourt Abreu Azevedo, a palestra abordará temas como o passo-a-passo para se iniciar uma carreira no exterior e diretrizes para a elaboração de narrativas atraentes para candidatura a bolsas no exterior.   

Advogada e criadora do perfil no Instagram ‘Direito no Exterior’, Letícia já estudou e participou de eventos acadêmicos em diversos países, por meio de bolsas. Segundo a palestrante, fazer um intercâmbio ajuda na formação pessoal, humana e profissional de uma pessoa. “Aprender sobre as diferenças do sistema educacional e/ou do ambiente de trabalho do Brasil para um determinado país requer, no mínimo, boas habilidades de planejamento. Além disso, a interação e convivência com indivíduos de diferentes partes do mundo estimula um relacionamento cultural mais próximo, em que acabamos desenvolvendo a paciência e a tolerância”, conta.

Para Letícia Bittencourt essa experiência é fundamental para uma carreira científica. Já que permite adquirir fluência em outro idioma, o que dá aos pesquisadores acesso à mais produções acadêmicas correlatas a sua área. Além disso, segundo a profissional, o estudo e trabalho no exterior permite ampliar significativamente a rede de contato com universidades e organizações. “Que, por muitas das vezes, possuem mais recursos financeiros e estruturais para investir em determinado projeto que você queira participar e/ou lançar”.

Sobre o tema Letícia ressalta, ainda, que ser pesquisador é explorar, analisar, refletir, criticar e teorizar, então para que uma pesquisa tenha um conteúdo robusto e de excelência, é preciso ter uma visão inovadora. “Muitas das vezes, precisamos pensar em um problema sob uma diferente dimensão – e estudar no exterior nos proporciona exatamente isso”, destaca. 

Qualificação, dinheiro e burocracia 

Mas por que é tão difícil estudar e trabalhar em outro país? De acordo com Letícia Bittencourt, a dificuldade se dá, no mínimo, em três aspectos: qualificação, dificuldades financeiras e dificuldades burocráticas.

Sobre a qualificação educacional, a palestrante conta que não basta que o interessado tenha boas notas, ele também precisa ser engajado extracurricularmente. Para que as universidades estrangeiras identifiquem, a longo prazo, um perfil proativo e multidisciplinar. Além de possuir o domínio do idioma do país para o qual deseja migrar. “Ou seja, estudantes que não se esforçam ou sequer apresentam um mínimo de engajamento acadêmico e/ou profissional serão facilmente descartados em um processo de admissão”, informa. 

Já sobre às dificuldades financeiras, Letícia conta que é preciso reconhecer o fato de que estudar no exterior não é barato. Segundo ela, além das taxas do curso, há gastos com passagem área, seguro-saúde, acomodação, transporte, alimentação e lazer. “Por conta disso, a alternativa mais recorrente dos estudantes são as bolsas de estudos, que podem ser integrais ou parciais. Estas bolsas, que em sua grande maioria visam estudantes de excelência, com fortes características de liderança e habilidades de networking, podem ser das próprias universidades ou dos governos”, conta. 

Para encontrar essas oportunidades, entretanto, é preciso fazer muita pesquisa. Uma dica da profissional é utilizar a internet a seu favor. “Hoje em dia, você encontra absolutamente todas as respostas para as suas perguntas de forma online, desde que saiba aonde pesquisar e com quem conversar”, ressalta. 

Por fim, há a burocracia. Essa dificuldade, segundo Letícia Bittencourt, acaba interferindo mais em quem deseja trabalhar no exterior, já que, normalmente, a universidade patrocina o visto do estudante. “A situação pode ser um pouco mais complicada para quem quer trabalhar no exterior, uma vez que empresas e/ou organizações também precisam patrocinar o seu visto. Contudo, um trabalhador estrangeiro pode custar mais caro ao bolso dos empregadores, razão pela qual é fundamental se certificar que o seu empregador dos sonhos está disposto a investir em você”.


ESTUDAR & TRABALHAR NO EXTERIOR

Palestrante: Letícia Bittencourt Abreu Azevedo

Currículo: formada em Direito pela PUC Minas e mestre em Direitos Humanos pela Queen Mary University of London. No ano de 2015, estudou nos EUA com a bolsa SUSI. No ano de 2016, estudou na China com a bolsa TOP China. No ano de 2017/2018, estudou no Reino Unido com a bolsa Chevening, onde fez o mestrado. Também ganhou bolsas integrais para participar de eventos acadêmicos no exterior, em países como Egito (World Youth Forum, 2018) e Noruega (ISFIT, 2019) – não pôde comparecer ao último. É criadora do Instagram @direitonoexterior onde compartilha suas experiências acadêmicas e profissionais no Brasil e no exterior.

Data: 12 de agosto de 2019

Local e horário

- PUC Minas (Coração Eucarístico) - Auditório do Prédio 4 - Em frente ao Jardim Central

11h às 12h30 (manhã). 

- PUC Minas (Praça da Liberdade) - Auditório Liberdade - Edifício Dom Cabral, prédio 1, térreo

19h às 20h30 (noite).

Para se inscrever clique aqui (vagas limitadas)