Projeto apoiado pela FAPEMIG estuda as turfeiras em MG

Bárbara Teixeira - 04-05-2023
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O solo mineiro é rico e diversificado, podendo acolher diversas atividades econômicas. Um exemplo é o ecossistema de turfeiras, tipo de material orgânico, escuro e esponjoso, formado por meio da decomposição de vegetais ao longo dos anos que não se desintegram totalmente por permanecerem constantemente úmidas. Apesar de desempenhar papel importante nos ciclos de água, tais ecossistemas sofrem os efeitos das queimadas e das mudanças climáticas, entre outros.

Partindo deste ponto, um projeto de pesquisa coordenado pelo professor Alexandre Christofaro Silva, da Universidade Federal do Vale do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), sobre os solos de turfeiras está investigando esta biodiversidade única que desempenha serviços ecossistêmicos extremamente importantes.

O projeto em questão foi contemplado pela Chamada do Programa de Pesquisa Ecológica de Longa Duração – PELD III, iniciativa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológic (CNPq) em parceria com as FAPs estaduais. Em Minas Gerais, o projeto “PELD TURF – Turfeiras da Serra do Espinhaço Meridional: serviços ecossistêmicos e biodiversidade” foi aprovado com cofinanciamento da FAPEMIG e gerou um sítio de referência para a pesquisa científica na área.

O projeto conta com a participação de docentes, alunos e pesquisadores das universidades federais do Vale do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), de Ouro Preto (Ufop), de Lavras (Ufla), além do Instituto Biotrópicos, da Universidade de Brasília (UnB), da Universidade de São Paulo (USP) e Universidade de Bonn, na Alemanha.

A proposta do estudo foi monitorar a influência dos solos de turfeira para o meio ambiente. Até o momento, sabe-se que elas são muito utilizadas na jardinagem por melhorar as propriedades químico, físico e biológicas do solo. Entretanto, seus benefícios ecossistêmicos são ainda maiores. “Elas contribuem fortemente para a segurança hídrica nas bacias hidrográficas e promovem a mitigação das mudanças climáticas pelo sequestro e armazenamento de grandes estoques de carbono”, explica Caroline Mariete, chefe do Departamento de Parcerias Públicas da FAPEMIG.

Um dos resultados do trabalho de pesquisa é o e-book "Turfeiras da Serra do Espinhaço Meridional: serviços ecossistêmicos, interações bióticas e paleoambientais", que pode ser baixado gratuitamente aqui.

Créditos: Caroline Mariete

PELD III
O projeto PELD TURF está atrelado ao programa PELD III, iniciativa governamental que apoia a criação de sítios de pesquisa ecológica de longa duração nos biomas brasileiros. A ideia é desenvolver projetos que estudem os efeitos do homem nesses ecossistemas, bem como fomentar a produção de conhecimento sobre eles como foco de promoção à conservação da biodiversidade, o manejo sustentável e o reconhecimento da importância e das contribuições da natureza para as pessoas.

O sítio do PELD TURF foi instalado em 2020 na Chapada do Couto, no planalto do Parque Estadual do Rio Preto, em São Gonçalo do Rio Preto. Nesta última semana, os coordenadores do projeto realizaram o “1º Workshop do projeto PELD TURF – Turfeiras da Serra do Espinhaço Meridional: serviços ecossistêmicos e biodiversidade” na Vila de Biribiri, pertencente ao município de Diamantina-MG. O encontro buscou apresentar os estudos já realizados sobre o biossistema e realizar um trabalho de campo com os envolvidos no projeto.

Caroline Mariete e Simone Bomtempo, Gerente de Ciência e Tecnologia da Fundação, representaram a FAPEMIG no evento, que também contou com a participação de outros colaboradores do Instituto Biotrópicos, Ufop, UnB, Unimontes, alunos e pesquisadores da UFVJM.