Soluções para a saúde desenvolvidas em Minas avançam para a etapa final do Prêmio Euro Inovação

Vivian Teixeira - 11-08-2023
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Apoiadas pela FAPEMIG, as iniciativas incluem as vacinas contra a dependência química e contra a covid-19 e o tratamento fitoterápico para controle da diabetes e obesidade 

As vacinas mineiras Calixcoca, solução terapêutica contra a dependência de cocaína e crack, e SpiN-TEC MCTI UFMG, que previne a covid-19, e o tratamento fitoterápico para diabetes e obesidade estão entre os vencedores da primeira etapa do Prêmio Euro Inovação na Saúde, iniciativa que reconhece inovações da área médica e incentiva o desenvolvimento de soluções. 

As duas vacinas foram desenvolvidas pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e o tratamento para controle da diabetes e da obesidade, na Universidade de Uberaba (Uniube). Todos receberam investimentos do Governo de Minas, via Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG), e são consideradas ações inovadoras e com potencial de grande impacto

Por chegarem a esta etapa, os trabalhos já garantiram um prêmio de 50 mil euros. Agora eles disputam, junto com outros 10 projetos selecionados, a categoria Destaque, que premiará o grande vencedor com 500 mil euros.   

Esta é a segunda edição do Prêmio Euro Inovação na Saúde. Com o tema Ideias inovadoras e soluções que transformam vidas, a iniciativa é uma realização da farmacêutica Eurofarma e prevê um milhão e cinquenta mil euros em prêmios para 12 vencedores. Mais de 700 trabalhos foram inscritos, de 17 países da América Latina. 

A votação é on-line e exige registro em conselho de medicina em um dos países com participação da farmacêutica financiadora da premiação. Conheça e vote nas iniciativas de Minas Gerais. O prazo termina no dia 3 de setembro. 

Calixcoca  
Coordenada pelo professor Frederico Duarte Garcia, do Departamento de Saúde Mental da Faculdade de Medicina, a Calixcoca – vacina terapêutica para o tratamento da dependência em cocaína e crack, é uma formulação terapêutica inovadora com grande potencial no tratamento da dependência das duas drogas. “Os nossos estudos pré-clínicos comprovam a segurança e a eficácia do imunizante nessa aplicação. Ela aporta uma solução que propicia aos pacientes com dependência voltar a realizar seus sonhos”, diz. O próximo passo é iniciar os estudos com humanos. Confira entrevista com o pesquisador publicada pela FAPEMIG e saiba mais sobre a vacina.

SpiN-TEC 
O projeto SpiN-TEC: plataforma de desenvolvimento de uma vacina contra a covid-19 desde a concepção é uma das poucas vacinas em desenvolvimento contra a doença que estimula a imunidade celular, propiciando uma proteção mais duradoura contra partes do vírus que não variam muito. Para o professor Helton Santiago, do Departamento de Bioquímica e Imunologia do Instituto de Ciências Biológicas (ICB/UFMG) e coordenador dos testes clínicos da SpiN-TEC, “a presença na fase final da premiação é muito importante porque significa o reconhecimento de uma grande equipe de trabalho multiprofissional e transdisciplinar. Concebemos uma vacina desde o seu conceito molecular e imunológico, buscando uma estratégia pouco visada pela indústria farmacêutica, que é a de induzir imunidade celular. Essa estratégia tem a vantagem de ajudar na defesa contra todas as variantes do vírus", afirma.

Diabetes sob controle 
Já o tratamento de diabetes mellitus e obesidade por meio de terapia fitoterápica é uma iniciativa coordenada pela endocrinologista e pesquisadora Fernanda Oliveira Magalhães, da Uniube, que já obteve resultados significativos nos testes propostos, além de gerar um pedido de patente em 2009. O produto fitoterápico foi extraído de uma planta típica do cerrado brasileiro associada a uma planta de origem indiana que promoveu o controle do peso em animais diabéticos. Atualmente, os estudos se ampliaram para abranger a diabetes tipo 2. “Esse fitoterápico é estudado há 18 anos da Uniube e o prêmio pode concretizar o desenvolvimento de um novo medicamente fitoterápico, o primeiro fitoterápico para tratamento de diabetes mellitus e obesidade”, conta Magalhães.


(Com informações do Cedecom/UFMG)