FAPEMIG recebe a pesquisadora Deborah Malta no Papo de Inovação

Vivian Teixeira - 27-03-2024
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A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG) recebeu a pesquisadora Deborah Malta, nesta quarta-feira (27), na terceira edição do Papo de Inovação – projeto mensal que tem o objetivo de trazer pesquisadores/inovadores para conversar com os colaboradores da Fundação e contar um pouco de sua história e sobre como a FAPEMIG ajudou ou atrapalhou sua jornada.  

Deborah é professora associada e pesquisadora da Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e bolsista de produtividade do CNPq. Ela alcançou a mais alta colocação em escala nacional na segunda edição do Ranking de Melhores Mulheres Cientistas do Mundo em 2023, publicado pelo portal de pesquisa Research.com, quando somou mais de 770 publicações e 97 mil citações. Possui pós-doutorado pela Universidade Nova de Lisboa, Doutorado em Saúde Coletiva pela Universidade Estadual de Campinas, mestrado em Saúde Pública pela UFMG e graduação em Medicina pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), além de ter feito residência médica em Pediatria e Medicina Social.  

A pesquisadora também atuou como diretora do Departamento de Vigilância de Doenças e Agravos Não Transmissíveis e Promoção da Saúde do Ministério da Saúde por 12 anos, onde coordenou inquéritos nacionais como a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE 2009, 2012, 2015), Vigilância de Fatores de Risco por Inquéritos Telefônicos (Vigitel), de 2006 a 2015, Pesquisa Nacional de Saúde (PNS 2013) e Vigilância de Acidentes e Violências (VIVA 2005 a 2014). Deborah também coordenou o Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) no Brasil, 2011-2022.  

Dados que geram mudanças 

Com essa trajetória na gestão pública e na pesquisa, Deborah conhece como ninguém o peso que a produção de evidências científicas tem na hora de criar políticas públicas que façam a diferença na área de saúde. “Minhas pesquisas são voltadas para o fortalecimento do Sistema Único de Saúde, de modo que ajudem a identificar desigualdades que embasem a construção de políticas públicas que permitam aperfeiçoar dados e melhorar realidades. Conseguimos isso em 2011, quando inserimos as violências domésticas no Sinan (Sistema de Informação de Agravos de Notificação). Hoje, elas são inseridas e acompanhadas pelas equipes do Ministério da Saúde”, afirma. 

Para dar continuidade ao seu trabalho e permitir que outros cientistas alcancem resultados como os seus, Deborah sugere que a FAPEMIG invista em chamadas para o desenvolvimento de estudos de avaliação e produção de séries históricas e seja mais flexível sobre os itens apoiados em suas chamadas, em função das mudanças que os planos de trabalho sofrem. Outra indicação da pesquisadora é que a Fundação tenha chamadas com valores mais robustos para grupos de pesquisas consolidados. “Isso pode nos ajudar a fazer planejamentos de longo prazo e ter um pouco mais de estabilidade na pesquisa. Outro ponto fundamental é manter os apoios aos pós-graduandos, pois eles são fundamentais para a continuidade dos estudos”, acredita.