Governo de Minas apoia jovem pesquisadora que desenvolve estudo sobre câncer

Bárbara Melo e Mariana Aroni - 19-02-2025
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Bianca Santos, bolsista BIC Jr, utiliza bioinformática para estudar mutações genéticas ligadas ao câncer e compartilha suas descobertas com seus colegas


Créditos: Ascom Sede-MG

A estudante Bianca Santos participa de um projeto de pesquisa na área de bioinformática na Fundação Ezequiel Dias (Funed), voltado para o estudo de genes relacionados ao câncer, por meio da Bolsa de Iniciação Científica Júnior (BIC Jr.), apoiada pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede-MG) e financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig). 

Aos 17 anos, Bianca está no ensino médio da Escola Estadual Maurício Murgel, em Belo Horizonte, e integra a equipe da Funed sob orientação da pesquisadora e chefe do Serviço de Biologia Molecular, Luciana Silva. “Trabalho em um lugar onde sou orientada por muitas mulheres, e isso me incentiva ainda mais a estudar e buscar mais conhecimento”, afirma.

A voz feminina na ciência 

A trajetória de Bianca reforça a importância da iniciação científica na juventude para ampliação do conhecimento e o compromisso do Governo de Minas para a construção de um futuro mais diversificado e inovador. De 2020 até o início de 2025, a FAPEMIG tem apoiado mais de 2.200 estudantes BIC Jr, dos quais 64% são meninas. 

A curiosidade e o desejo de aprender motivaram a jovem que hoje destaca a importância da oportunidade que recebeu para aprender e divulgar seu conhecimento, além de trabalhar em meio a mulheres que a inspiram. "Receber essa bolsa é incrível. Todos os dias aprendo algo novo que jamais imaginei aprender", afirma Bianca. 

A participação de jovens mulheres na ciência é essencial e vem sendo incentivada pelo Governo de Minas. Em 2023, as mulheres respondiam pela coordenação de 45% do total de projetos financiados pela FAPEMIG no estado, antecipando o número que se equipara à média nacional de 2024, segundo o relatório Elsevier-Bori. Esse fomento não apenas contribui para avanços científicos, mas também inspira outras meninas a acreditarem no seu potencial e seguirem carreiras científicas. 

Impacto da pesquisa 

Bianca Santos trabalha junto à Luciana Silva em linhas de pesquisas que utilizam a bioinformática para análise de células tumorais. Um dos projetos é desenvolver esferoides (modelos tridimensionais de células cancerígenas) de tipos diversos de tumores para investigar novas drogas.  

“Nós também temos uma linha de pesquisa que desenvolve terapias antitumorais e a produção de moléculas recombinantes para estudos diagnósticos”, relata Luciana. 

Utilizando bancos de dados públicos, Bianca analisa genes que apresentam mutações associadas ao desenvolvimento de tumores. “Para fazermos essas análises temos parceiros que disponibilizam o sequenciamento do DNA das células cancerígenas que possuem mutações não identificadas e nós validamos e identificamos em laboratório. Em ambiente laboratorial conseguimos remodelar e escalonar essas células e descobrir as consequências biológicas desse tumor”, explica Luciana. 

Além da pesquisa, a estudante se dedica à divulgação científica por meio do projeto Mundo das Células onde compartilha seu aprendizado nas redes sociais e por meio de palestras nas escolas com pesquisadores. A iniciativa busca tornar o conhecimento mais acessível ao público, despertando o interesse de outros jovens pela ciência.

A voz feminina na ciência

A reportagem é parte do especial em comemoração ao Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, celebrado em 11 de fevereiro, e ao Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de março. Os conteúdos serão publicados semanalmente e cada publicação destacará a trajetória de cada uma dessas mulheres que constroem diariamente a ciência em Minas Gerais.