A série "Projetos Inspiradores" foi até a Universidade Federal de Uberlândia (UFU) para celebrar o aniversário de 40 anos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG). Nesta quinta-feira (13), o professor e pesquisador convidado para a palestra, Matheus Gomes, do Instituto de Biotecnologia da UFU Patos de Minas, apresentou o "Projeto Inspirador: Qualidade e inovação na cafeicultura”.
O evento iniciou com as boas-vindas da Universidade aos presentes e uma apresentação cultural da ex-bolsista FAPEMIG e aluna da graduação na UFU, Ana Beatriz Martins. Entre os convidados, também estiveram presentes os diretores da FAPEMIG, reitores, pró-reitores e representantes de universidades, empresas e fundações de apoio, que discutiram experiências e formas de ampliar a a interação governo-academia-indústria.
"Esse é um momento em que podemos celebrar juntos os 40 anos da FAPEMIG. Queremos mostrar a razão para a qual a Instituição existe, que é apoiar o cientista, o desenvolvimento do conhecimento, o empreendedor, a empresa inovadora e reduzir a distância entre a academia e a indústria”, disse Carlos Arruda, presidente da FAPEMIG.
A ação Projetos Inspiradores foi criada para celebrar o aniversário de 40 anos da FAPEMIG (Foto: Júlia Rodrigues)
Expansão do conhecimento
Durante sua apresentação, Matheus Gomes contou que, com o apoio da FAPEMIG, um grupo de extensão com interface na pesquisa pôde nascer e gerar produtos que vêm atuando em vertentes que vão ao encontro das necessidades dos produtores. Além de consultoria e democratização do conhecimento sobre o café, os pesquisadores introduziram a inteligência artificial e a internet das coisas para aprimorar as análises sensoriais da bebida e de cultivares. Isso possibilitou uma produção mais assertiva e direcionada aos cafés especiais.
Essa interface levou o grupo a aplicar os conhecimentos de laboratório no campo e, assim, transformar as pesquisas em produto. "Criamos o Café Porandu, que significa ‘pesquisar’ em tupi-guarani; o Villa Café, um evento de consultoria para produtores com o objetivo de democratizar o café especial; e o grupo Da semente à xícara. Esse é o ‘guarda-chuva’ do grupo, onde podemos aplicar as pesquisas em campo e entregar conhecimento ao produtor”, explica o pesquisador.
Em 2024, a FAPEMIG investiu mais de R$ 695 mil em estudos com foco no café na UFU, o que possibilitou a continuidade e o aprimoramento das pesquisas. "É importante demais essa parceria com a FAPEMIG para que a gente possa alcançar voos mais altos com aplicação das nossas tecnologias junto ao produtor”, destaca Gomes.
Desafios e oportunidades
"Nós temos que criar uma via de mão dupla e escutar todos os setores, de todas as dimensões sociais, para conseguirmos devolver de maneira efetiva aquilo que a sociedade precisa e depende de nós para conseguir”, destaca o reitor da UFU, Carlos Henrique de Carvalho, referindo-se a um importante tema: a interação entre governo-academia-empresas.
A interação entre esses atores pautou o debate sobre desafios e oportunidades para a ciência durante o painel "O papel da FAPEMIG no desenvolvimento futuro da ciência”. Com mediação de Luiz Gustavo Cançado, diretor de Ciência, Tecnologia e Inovação da FAPEMIG, a conversa contou com as participações de Thiago Paluma, pró-reitor de Pesquisa e Pós-graduação da UFU, e Luciana Carvalho, diretora de Inovação e Transferência de Tecnologia da UFU.
"A inovação não acontece de forma isolada, acontece através desta interação entre a pesquisa, o Governo e o setor produtivo para que possamos resolver um problema real da sociedade. A FAPEMIG tem sido um ator essencial nesse processo de gerar inovação em Minas Gerais. Ela apoia as pesquisas aplicadas, ela apoia startups, fomenta empresas com base tecnológica e isso traz um diferencial”, aponta Luciana.
Chamada de pós-doutorado
Durante o evento, a FAPEMIG lançou a chamada FAPEMIG 04/2025 – Fomento a bolsas de pós-doutorado para atuação de doutores em projetos de pesquisa científica, tecnológica e de inovação no estado de Minas Gerais. A oportunidade atende a uma demanda da comunidade científica.
Acesse aqui a chamada
"O maior desafio para Minas Gerais é ter mais gente, mais jovens que estejam dispostos a entrarem nesse mundo da ciência e gerar conhecimento de maneira diferenciada. Então a nossa ideia é aumentar o número de bolsas FAPEMIG em que possamos apoiar mais pesquisadores e mais jovens. Nós precisamos apoiar os pesquisadores dando a eles mais poder de fazer científico, como disposto no nosso edital da Demanda Universal e agora com as bolsas de pós-doutorado”, comenta Carlos Arruda.
A chamada busca incentivar pesquisadores a ingressarem em projetos e se fixarem no Estado aumentando a mão de obra qualificada para a pesquisa. "Nós queremos valorizar os jovens pesquisadores, dar a vocês o poder de barganha para gerar um conhecimento e transformar suas ideias em projetos relevantes”, completa o presidente da FAPEMIG. Ao todo, serão ofertadas 100 bolsas, distribuídas entre 2025 e 2026, somando um total de R$ 25,2 milhões.