Empresa mineira cria sensores que monitoram a temperatura de vacinas

Téo Scalioni - 26-03-2021
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Muito utilizada nos dias de hoje e cada vez mais presente nos processos das organizações, a Internet das Coisas trata-se do conceito que mostra a conexão de objetos com a rede. E justamente em busca de aperfeiçoar essa tecnologia, a empresa Fractum, situada em Santa Rita do Sapucaí, participou do Tecnova - programa  realizado pela Finep e executado pela FAPEMIG que visa fomentar projetos inovadores em microempresas e empresas médias. Hoje, com a tecnologia desenvolvida,  a startup colhe frutos em diferentes frentes de atuação, inclusive ajudando no controle da temperatura de vacinas contra a Covid.            


O projeto Rede de Sensores sem Fio para o Monitoramento Ambiental, que recebeu um aporte do programa de cerca de R$ 253 mil, teve como objetivo criar uma tecnologia de vinte parâmetros ambientais em um único equipamento. Com uma rede de sensores, são coletados dados para a mensuração qualitativa e quantitativa de concentração e emissões de gases, temperatura, umidade, pressão atmosférica, intensidade de luz e sons e movimentos. Ou seja, sensores que conseguem informar várias situações distintas.    


Conforme afirma o engenheiro eletricista e proprietário da Fractum, André Vasconcelos Leite, o projeto possibilita um monitoramento ambiental como um todo. Ele explica que os sensores conectados a internet monitoram determinadas variáveis e com a utilização de inteligência artificial se consegue prever certos eventos como enchentes, tempo muito seco, alta de temperaturas e sensores de vibrações. “Fazemos hoje uma análise preventiva de ambientes em que podemos prevenir, por exemplo, quando o motor vai estragar ou parar de funcionar”, observa.


André conta que a tecnologia tem sido bem utilizada neste momento de pandemia do Coronavírus, principalmente pelo fato das vacinas precisarem ser armazenadas em determinas temperaturas. Com isso, caso haja alguma modificação nas câmaras frias ou na temperatura dos resfriadores o alerta é feito. “Há um aplicativo com todo o histórico situado na nuvem, em que os responsáveis recebem alertas caso haja alguma alteração”, orgulha-se ele.


Outra aplicação realizada pela Fractum é a instalação de pluviómetros inteligentes que monitoram a intensidade das chuvas tanto na área urbana quanto rural. A startup também atua com sensores em barragens de rejeitos de mineração, no qual eles identificam e emitem o alerta para qualquer alteração de movimento ou inclinação. “Nossa tecnologia pode ser aplicada em indústrias, prefeituras para prever enchentes, hospitais, na agricultura, dentre outras aplicações. Fornecemos as ferramentas, no caso, os sensores inteligentes, para que o usuário tenha os dados em suas mãos.

 

Crescimento com o Tecnova 


Em relação a participação no Tecnova, André observa que o recurso possibilitou que a empresa tomasse um outro rumo, oferecendo novos produtos e prospectando outros clientes. Ele lembra que na época em que começaram as pesquisas sobre os sensores inteligentes, pouco se falava ainda sobre Internet das Coisas, e que a participação no Tecnova acelerou essa visão.  “Estávamos no caminho certo. Hoje temos atuação no Brasil inteiro, Argentina, Chile e México”, afirma.

 

O CEO da Fractum observa que programas de fomento para pesquisa e inovação, além de incentivar o desenvolvimento local, possibilita o retorno para o próprio governo e sociedade. “Hoje, só com o que já rendeu de impostos para o governo já foi muito mais do que foi investido”, garante o engenheiro eletricista que hoje apenas na Fractum conta com 15 colaboradores.