Essa é a capacidade que a terceira unidade a ser credenciada no Estado, formada por dois laboratórios, que somam, conjuntamente, cerca de 170 pesquisadores: o Laboratório de Tecnologia em Atrito e Desgaste (LTAD) e o Centro para Pesquisa e Desenvolvimento de Processos de Soldagem (Laprosolda) – está demonstrando. Ambos os laboratórios são focados no desenvolvimento de inovação aberta, ou seja, envolvendo a parceria entre instituições públicas e privadas.
Lucas Alves do Nascimento, engenheiro e líder de projetos de pesquisa no Laprosolda/UFU, conta que o laboratório contabiliza 29 pedidos de inovação distribuídos entre patentes, registros de software e desenhos industriais. Desde 2016, foram 42 projetos, que movimentaram R$ 75 milhões. Uma média de R$ 1,8 milhão por projeto. Para 2025, estão previstos mais 10 projetos, que somarão um ticket médio de R$ 3 milhões.
Atualmente, são desenvolvidos 19 projetos, sendo 11 Embrapii, seis no âmbito do programa Rota 2030, um com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e outro com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). “No total, são 12 empresas diferentes, demonstrando um alto nível de recompra de contratação pelas empresas demandantes”, explica Lucas.
Desenvolvimento de profissionais
O Laprosolda/UFU também se destaca pela formação de recursos humanos. Nesse cenário, a participação da FAPEMIG e Embrapii são essenciais, fornecendo recursos que viabilizam angariar alunos de mestrado, doutorado e de iniciação científica em áreas promissoras.
“Formamos muitos alunos de iniciação científica que vão para o mercado, principalmente, em ciência de dados e inteligência artificial, áreas que carecem de profissionais. Além disso, formamos profissionais em fabricação, simulação numérica e impressão 3D de metais, área nova no país, na qual o Laprosolda é líder”, afirma Lucas – que atua na área de desenvolvimento de software e inteligência artificial e foi bolsista FAPEMIG durante sua iniciação científica, em 2007. “Minha paixão pela pesquisa começou como bolsista da FAPEMIG”, compartilha.
Assim como Lucas, outros pesquisadores encontram na Embrapii/UFU oportunidade para desenvolver suas carreiras. Esse é o caso do Diandro Bailoni Fernandes, engenheiro mecânico e engenheiro internacional de soldagem, no laboratório desde 2006. Profissional atuante no setor de óleo, gás e combustíveis, na reposição de componentes e na criação de soluções a partir da tecnologia de impressão metálica.
No âmbito do grupo Laprosolda/UFU, Diandro atuou como engenheiro-pesquisador e é hoje pesquisador-líder no projeto Digital Manufacturing via Wire-Arc Additive Manufacturing for Components in the Oil and Gas Industry, em parceria com a Petrobras.
Para ele, sem o apoio de órgãos de fomento, especialmente da FAPEMIG, no contexto estadual, seria impossível a contratação de alunos de iniciação científica, de pós-graduação, mestrado, doutorado e, até mesmo, pós-doutorado, juntamente com o financiamento realizado por meio das empresas. "Não tem como não notar o quão isso é importante no desenvolvimento da pesquisa feita no Brasil nos dias de hoje", comenta.
Responsabilidade Ambiental
Na área de desenvolvimento de software, o Laprosolda/UFU desenvolveu um sistema de previsão de parâmetros de soldagem que contribui para a redução da emissão de poluentes envolvidos durante o processo de soldagem, contribuindo para a diminuição de créditos de carbono. “O software entrega para o operador o parâmetro correto. Se o operador acerta mais rápido o parâmetro, menos carbono é emitido no ambiente”, explica Lucas.
Parcerias com empresas
Já o LTAD/UFU desenvolve pesquisas na área da tribologia – a área da física que estuda o fenômeno do atrito. Investiga-se também os efeitos da corrosão nos materiais e a fragilização por hidrogênio – processo que deteriora a resistência e a elasticidade de um material metálico, levando à formação de trincas e rupturas.
O engenheiro mecânico Gustavo Vilela Oliveira conta que o LTAD/UFU desenvolve 40 projetos de P&D em parceria com empresas como: Aperam South América, Greenbrier Maxion, Petrobras, Usiminas, LATAM e Embraer. O laboratório desenvolve ensaios e equipamentos utilizados para testar amostras enviadas por empresas que buscam investigar e prevenir casos de avaria dos seus materiais – ambas no âmbito de linhas de pesquisa que contaram com importante contribuição de bolsistas FAPEMIG.
As propostas aprovadas poderão solicitar até R$ 1,45 milhão em apoio a iniciativas que visam impulsionar a colaboração entre a indústria brasileira, institutos de pesquisa e universidades do estado, contribuindo para o avanço da inovação no ambiente empresarial em âmbito nacional. A chamada recebe propostas até o dia 14 de abril de 2025 via sistema Everest.
Confira os critérios de elegibilidade no Guia Rápido - Chamada 003/2025 - Fortalecimento das unidades Embrapii