Pesquisadores, jornalistas, estudantes e profissionais de diferentes áreas participaram na quinta-feira, 27 de junho, do VII Fala Ciência - Curso de Comunicação Pública da Ciência e Tecnologia, realizado pela Rede Mineira de Comunicação Científica (RMCC), com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG) e da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Minas Gerais (Sedectes).
Durante a abertura, o diretor de Planejamento, Gestão e Finanças da FAPEMIG, Thiago Borges, ressaltou a importância da divulgação científica para a Fundação e da necessidade de levar ao público o que se está produzindo de conhecimento no Estado. A assessora de Comunicação da FAPEMIG e coordenadora da RMCC, Vanessa Fagundes, falou sobre o momento oportuno para se discutir o papel da comunicação científica em Minas Gerais e também sobre a recente pesquisa divulgada pelo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Comunicação Pública da Ciência e Tecnologia (INCT-CPCT), que descobriu o que os jovens brasileiros pensam sobre ciência, tecnologia e inovação.
Para o Diretor de Fomento ao Ecossistema de Inovação da Sedectes, Pedro Vaz, estas capacitações são de extrema importância para pensar soluções e alternativas que tornem a ciência um assunto mais próximo da população em geral. “É preciso que as pesquisas que estão sendo realizadas na academia cheguem ao conhecimento público e nas grandes empresas, e, neste sentido, a comunicação científica é essencial para que este fluxo de informação ocorra.”, pontua Vaz. Como resultado desses esforços, o VII Fala Ciência teve a participação de 150 pessoas, entre pesquisadores, divulgadores da ciência, estudantes e profissionais da área de comunicação e de diferentes áreas científicas de Minas Gerais e do Brasil.
Durante a manhã, Rennan Mafra, professor da Universidade Federal de Viçosa (UFV), falou sobre comunicação da ciência em momentos de crise. Para Rennan, a CT&I está sendo “sequelada” pelo capital, em função do movimento macro pela ilegitimação da Ciência brasileira. “Isto pode ser percebido pela crescente desqualificação de organizações científicas públicas e autônomas, e um incentivo ao fortalecimento de instituições privadas.”, pontua. Ainda, de acordo com o professor, esta ilegitimação é reforçada por uma concepção ingênua de divulgação científica. “Para muitos cientistas a divulgação científica ainda é vista como algo utilitário e instrumental. Além disto, há uma crença de que a ela pode “salvar” a ciência e diminuir os efeitos da crise: ela supostamente resolveria as controvérsias e seria uma mola propulsora da própria ciência. Isto não é verdade absoluta.”, explica.
Em seguida, a pesquisadora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Polyana Inácio Rezende Silva abordou a questão da cultura maker na contemporaneidade e suas tendências globais, enfatizando a gama de possibilidades de criação e recriação que circulam pelo nosso meio. “É preciso vencer as barreiras da criatividade, olhar ao redor e enxergar o que existe entre você e o que você tem disponível para transformar e revolucionar a sua história.”, destaca. Ao final do curso, Silva indicou aos interessados que assistam ao filme O Menino que Descobriu e o Vento e vejam como a cultura maker está em toda a construção do enredo. “Aqui faço uma provocação, observem como temos tantos recursos, inclusive de tempo, e outras pessoas como este jovem do filme não possuem e conseguem criar algo revolucionário e transformador?”, finaliza.
Na segunda parte do evento, pela tarde, os interessados tiveram a oportunidade de participar de oficinas de podcast com a jornalista Luiza Lages e o professor da UFMG Phellipy Jácome, fotografia e filmagem com o ilustrador, animador e filmmaker da Fundação Ezequiel Dias (Funed), Jota Santos, de storytelling, com Renata Faber e de empreendedorismo com Flávia Fonseca, Diretora de Marketing da Tinno Comunicação, empresa especializada em CT&I e Verônica Anselmo, Gerente de Marketing da Tinno Comunicação.