Uma pesquisa desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Genética da Universidade Federal de Minas Gerais, concluiu que o consumo de álcool em excesso fragiliza sistema imunológico e torna o organismo propenso a contrair pneumonias. Trata-se de uma tese de doutorado defendida em 2021, por Nathália Luisa Souza de Oliveira Malacco sob orientação do professor Frederico Marianetti Soriani.
A novidade desta pesquisa está sobre o olhar pioneiro em entender como o álcool age sobre as células de defesa, os neutrófilos. Quando existe alguma infecção no corpo humano, estas células produzidas na medula óssea, se deslocam até o local e produzem toxinas capazes de combater o avanço da doença. Observou-se que neutrófilos de camundongos, hidratados com solução de água com 20% álcool por 12 semanas, foram enviados em menor número e produziram menos toxinas capazes de combater a pneumonia causada pelo fungo Aspergillus fumigatus.
Isso acontece porque no sistema imunológico de um alcoolista (termo mais adequado e atual para designar um indivíduo dependente de álcool), proteínas localizadas na parte exterior da neutrófilos, que reconhecem o local onde acontece a infecção, são encontradas em menos quantidade.
A pesquisa é uma continuação da tese de mestrado “O Efeito do Consumo Crônico de Etanol na Quimiotaxia de Neutrófilos Durante a Aspergilose Pulmonar” defendida por Nathália em 2016. Hoje, o grupo de pesquisa vinculado ao Laboratório de Desenvolvimento e Pesquisa de Fármacos tem como objetivo final encontrar ou criar um fármaco ou medicamento capaz de reverter os efeitos do álcool sobre um paciente que tenha contraído uma infecção.
Esta pesquisa foi desenvolvida com o apoio da FAPEMIG, Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)
Com informações de Rádio UFMG educativa