Produto inovador promete reduzir custos na construção civil

Júlia Pinheiro - 26-05-2022
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Inovar no âmbito da construção civil: esse é o objetivo de Luciano Murta Gaspar Cardoso, inventor independente apoiado pela FAPEMIG. A partir da criação do Tijolo Ondulado Modular Intertravado, sua primeira patente concedida pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) em parceria com a FAPEMIG, o engenheiro mecânico propõe aperfeiçoar a fabricação de tijolos, reduzindo o peso e aumentando a resistências dos mesmos. Essas características facilitam o transporte dos tijolos e sua montagem, além de garantir maior ventilação entre as estruturas erguidas e reduzir consideravelmente o peso da parede ou muro.

Luciano comenta sobre os avanços na criação de materiais para o aprimoramento de novas construções. “Estou desenvolvendo uma série de produtos para a construção civil, que agora passa por uma fase de evolução muito grande no Estado e também no Brasil, com a chegada da construção industrializada. Ou seja, trata-se de melhorar o processo para se construir casas e edifícios. Atualmente, o processo convencional para a construção de uma casa é único, cujo projeto é feito por um projetista. A ideia da construção industrializada é a de construir um produto, bastante similar a analogia da indústria automotiva. E sob um modelo único haverá a produção em larga escala”. 

O inventor independente Luciano Murta e seu tijolo ondulado. (Foto: arquivo pessoal)

Luciano possui dois pedidos de patente junto ao INPI, com apoio da FAPEMIG. Além do Tijolo Ondulado Modular Intertravado, há a Manta de Pavimentação Flexível Modular e Intertravada, um protótipo que facilita a aplicação e o manuseio de pisos pavimentados e que reque menor utilização de mão-de-obra. O inventor ainda salientou algumas perspectivas da construção civil relacionadas à criação de novos materiais e novas técnicas. “Essa onda está chegando na construção, o que gera oportunidade para novos produtos para as áreas da arquitetura e da engenharia civil. Isso demanda a elaboração de componentes que sejam mais padronizados e fáceis de utilizar, e de preferência intercambiáveis. Junto aos meus colegas eu venho desenvolvendo alguns produtos nessa linha", diz.

Luciano recorreu ao auxílio da FAPEMIG principalmente para a redação de patentes e inserção dos termos técnicos no texto. "Essa é uma etapa trabalhosa, que requer muitos detalhes. É um processo longo validar uma patente, e caro também. A ajuda da FAPEMIG é impressionante, porque além de todo o apoio há também a questão da divulgação do produto inovador pela Vitrine Tecnológica, o que é muito importante.” 

Impactos na construção civil
Questionado como a sua tecnologia impacta a sociedade, Luciano explica que crê na ciência, bem como na potencialidade da sua tecnologia e da inovação para este novo cenário que, aos poucos, vem se consolidando. “Acredito que a minha tecnologia impacta bastante a área da construção, pois há um grande déficit habitacional no Brasil. Portanto, tudo o que puder ser criado na área da construção em questões de custo e rapidez, facilitará bastante o trabalho de quem atua na área".

Ele acredita que os dois produtos que tem hoje na Vitrine podem ajudar a baratear custos na construção civil e aumentar possibilidades. "Nesse sentido, os produtos que eu criei são simples e de aplicação imediata: uma vez que você consegue fabricar, você consegue produzir em grande escala e utilizar em grandes construções, completa. Segundo Luciano, quando se cria uma patente, há duas etapas fundamentais: a de divulgar e a de fabricar o produto. "O apoio da FAPEMIG na divulgação nos ajuda muito a encontrar parceiros para a fabricação e comercialização do nosso material. Os inventores independentes enfrentam dificuldades para se inserir no mercado, que é muito conservador. Estando em uma parceria com a FAPEMIG, sinto que terei um aval maior para a produção de protótipos e para a certificação dos meus produtos. Chegar até onde cheguei não seria possível sem a FAPEMIG.”

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