Os respiradores mineiros inteligentes produzidos pela empresa Tacom para serem utilizados em pacientes contaminados pela Covid-19 foram aprovados e homologados esta semana pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O aparelho, que foi produzido por meio do projeto social Inspirar, ficou aproximadamente um mês sendo testado e foi avaliado em mais de 900 testes. E, após também se analisar toda a documentação, a agência de vigilância entendeu que o aparelho possui todos os requisitos necessários para preservar vidas e evitar um colapso no sistema de saúde, concedendo, aos ventiladores pulmonares mineiros, homologação na Classe III, de fabricação de equipamentos e dispositivos médicos.
Os ventiladores chegam ao mercado com valores bem mais acessíveis do que produtos similares. A expectativa é que tenham um custo aproximado de R$ 15 mil, valor abaixo do preço médio que fica em torno de US$ 30 mil. Além do preço, uma outra vantagem observada nos aparelhos mineiros é sua eficácia e facilidade de ser manuseado. O equipamento evita o vazamento de ar contaminado, expirado pelos respiradores convencionais e possibilita, ainda, que profissionais da saúde especialistas em ventilação mecânica possam se dedicar a casos mais graves, já que os ventiladores são controlados remotamente, bastando apenas um profissional para controle de até 50 equipamentos simultaneamente.
Profissionais envolvidos
No processo do seu desenvolvimento, participaram do projeto médicos intensivistas de uma grande rede de hospitais de Minas Gerais, uma equipe de 35 engenheiros, além de programadores e desenvolvedores. “Estamos muito felizes e orgulhosos porque trabalhamos muito, por mais de 120 dias, de forma ininterrupta, para conseguir a homologação em uma das classes mais temidas da Anvisa”, explica o diretor comercial da empresa, Marco Antônio Tonussi.
Os primeiros 1.500 aparelhos foram encomendados pela Federação das Indústria de Minas Gerais (FIEMG), principal apoiadora do projeto, e têm como destino o Governo de Minas, que se encarregará de distribuí-los às cidades mais afetadas pela pandemia. “Estabelecemos uma política de custos bancados pelas empresas parceiras para que o primeiro lote da Fiemg chegue sem ônus para os hospitais e a preço de custo para o Estado. Nossa política também prevê que antes de atender qualquer pedido de empresas revendedoras, vamos atender primeiramente hospitais e órgãos públicos com preços subsidiados”, explica Tonussi.
A expectativa é que 10 mil equipamentos sejam produzidos pela empresa em um período de 45 a 60 dias. A produção se dará em fábricas e empresas parceiras de Minas Gerais em cidades como Contagem, Itajubá, Santa Rita do Sapucaí e uma empresa Mococa, no interior de São Paulo. .