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Chamadas e Editais


Oportunidades da FAPEMIG para pesquisa, inovação, capacitação e parcerias, incluindo editais com prazos definidos e programas em fluxo contínuo, por público e linha de fomento.

Ciência
Publicado em 29 de set. de 2025 · Atualizado em 29 de set. de 2025 · Leitura: 5 min
por Bárbara Melo com Ascom Unimontes

O “Projetos Inspiradores”, em celebração aos 40 anos da FAPEMIG, esteve Montes Claros na última sexta-feira (26) para conhecer de perto as pesquisas do professor Victor Martins Maia, voltadas para o cacau, e do professor Leonardo Monteiro, dedicadas à macaúba. O evento fez parte das apresentações do III Congresso Internacional de Educação e Inovação da universidade.

Créditos: Júlia Rodrigues/FAPEMIG

Em sua fala de abertura, o presidente da FAPEMIG, Carlos Arruda, contou um pouco da história dos 40 anos da Fundação e destacou as iniciativas e a parceria histórica com a Unimontes. Atualmente a universidade é contemplada com parte do orçamento da Fundação destinado a editais exclusivos de bolsas e projetos.

“Nós entendemos que é importantíssimo que Minas Gerais gere conhecimento relevante e nós queremos apoiar a excelência em pesquisa nas suas instituições. Então começando a trabalhar no conceito que nós chamamos Centros de Excelência, que são grupos de pesquisas temáticas específicas e bem direcionadas, em que durante o período de cinco anos, a FAPEMIG se compromete a apoiar esse grupo de uma maneira crescente e significativa colocando R$ 20 milhões”, comenta o presidente.

Carlos Arruda ainda anunciou que a FAPEMIG aprovou o novo Centro de Excelência da Unimontes, agora destinado à saúde, com o valor estimado de investimento de R$ 19,9 milhões ao longo de cinco anos. O objetivo central do projeto é promover a inovação, a excelência científica e a aplicação prática do conhecimento para o enfrentamento dos principais desafios em saúde pública, com foco nas realidades regionais e nas prioridades globais.

Em dezembro de 2024 a universidade teve o primeiro projeto de Centro de Excelência aprovado, destinado às pesquisas da região semiárida do Brasil. Victor Maia e Leonardo Medeiros, pesquisadores convidados do evento Projetos Inspiradores, fazem parte do grupo de pesquisa do Projeto Sertão, como é chamado o centro, e que tem o objetivo de ser uma referência internacional em pesquisa para o desenvolvimento sustentável da região do semiárido brasileiro.

Projetos Inspiradores

O pesquisador Victor Maia, coordenador do Centro de Tecnologia para Cacaucultura em Regiões Não Tradicionais, apresentou a palestra “A história da pesquisa com o cacau em Minas Gerais: principais desafios e a importância do apoio da FAPEMIG”. Em sua fala destacou que o apoio recebido por meio da Fundação foi fundamental para o início dos projetos em 2011. Atualmente, o apoio se expandiu e tem sido crucial, principalmente, para a captação de mão de obra especializada e a formação de recursos humanos para o andamento dos estudos sobre a cultura do cacau irrigado no semiárido, realizados na fazenda experimental do campus da Unimontes em Janaúba.

Créditos: Neto Macedo/Ascom Unimontes

Sobre o projeto, o professor destaca a possibilidade de parceria com outras universidades e empresas, possibilitando a troca de experiências. “Temos um estudante de doutorado daqui (Unimontes) participando do programa de fermentação da Ufla com bolsa da FAPEMIG. E o que aprendermos lá, vamos fazer na fazenda com o cacau que já está pronto e vamos, quem sabe, criar um terroir do sertão, um cacau específico com características próprias aqui da região e quem sabe ganhar prêmios de qualidade do mundo todo”, conta o pesquisador sobre os sonhos futuros.

Já o pesquisador Leonardo Monteiro, coordenador do Laboratório de Reprodução Vegetal da Unimontes, falou sobre “Propagação das palmeiras do Cerrado: do básico ao aplicado”. O professor destacou em sua fala a riqueza da biodiversidade do cerrado e a sua importância social e econômica.

Créditos: Júlia Rodrigues/FAPEMIG

“A gente trabalha especialmente com as frutíferas, plantas do nosso ambiente que podem ser usadas como alimento, mas também como fonte de matérias-primas muito variadas. Mais ou menos há 20 anos a gente começou as pesquisas com um grupo de palmeiras que são endêmicas aqui da nossa região como o Buriti, a Macaúba e o Babaçu”, conta.

Um dos grandes focos da sua pesquisa é trabalhar o tempo de dormência e germinação das palmeiras, uma vez que há uma demora de anos para a semente começar a nascer. Outro ponto de impacto são as pesquisas com a Macaúba divido a sua diversidade de utilização, desde alimentícia até como biocombustível.

Ele lembrou que, nos anos 1980, foram feitos os primeiros estudos sobre a possibilidade de produzir biodiesel com espécies nativas, sendo a Macaúba uma das espécies testadas. “Desde aquela época, ficou demonstrado que o biodiesel da Macaúba é excelente, tanto no âmbito produtivo quanto pelo grande potencial para uso como biocombustível”, contou o professor, destacando que atualmente o óleo da Macaúba tem sido destinado principalmente à produção de biocombustível para a aviação.

A partir da pesquisa coordenada pelo professor Leonardo Monteiro, foi reduzido o tempo de dormência (de germinação) da Macaúba. Como resultado do estudo, a Unimontes teve o registro de patente e efetivou a transferência da tecnologia para a Acelen Renováveis. A empresa instalou no município de Montes Claros o Centro de Tecnologia e Inovação Agroindustrial, o Acelen Agripark. O local reúne pesquisa, inovação e tecnologia para o desenvolvimento da Macaúba, que será usada como matéria-prima inovadora na produção do Combustível Sustentável de Aviação (SAF) e Diesel Verde (HVO).

Instalado próximo ao distrito de Nova Esperança, o empreendimento ocupa uma área de 138 hectares. O local terá capacidade de germinar 1,7 milhão de sementes de Macaúba por mês e produzir 10,5 milhões de mudas da espécie por ano. Ao final do evento ainda foi promovido um debate com os professores sobre as pesquisas, a inovação e a contribuição da FAPEMIG para o futuro mediada pelo Diretor de Ciência, Tecnologia e Inovação da Fundação, Luiz Gustavo Cançado.

Créditos: Júlia Rodrigues/FAPEMIG

A série de eventos “Projetos Inspiradores” foi criada em celebração aos 40 anos da Fapemig, comemorados em 2025. O objetivo foi homenagear pesquisadores e instituições que desenvolveram estudos com impacto positivo tanto para o campo da ciência quanto para a qualidade de vida da população. Até o momento, o projeto já realizou atividades nas cidades de Uberlândia, Viçosa, Lavras e Belo Horizonte. O próximo encontro está marcado para o dia 15 de outubro em Uberaba.

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