Índice Brasil de Inovação e Desenvolvimento aponta desafios para Minas

Vanessa Fagundes - 29-10-2024
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Qual o cenário da inovação no Brasil e nos estados? Quais são os líderes regionais da inovação? Quais são as potencialidades e os desafios de cada macrorregião do país? Essas são algumas das perguntas que o Índice Brasil de Inovação e Desenvolvimento (IBID) pretende responder. Na última sexta (25), os resultados de sua primeira edição foram apresentados a um grupo de pesquisadores e gestores mineiros com a proposta de provocar uma reflexão sobre os indicadores em que podemos avançar nos próximos anos.

O encontro aconteceu na sede da FAPEMIG e a apresentação dos resultados ficou por conta de Rodrigo Ventura, coordenador-geral da Assessoria de Assuntos Econômicos do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Como ele destacou, o IBID busca ser um indicador sintético oficial de referência, que deixa claros as potencialidades e os desafios sob uma ótica regional. A proposta é que seja divulgado anualmente, sempre no mês de agosto.


Foto: Camila Rocha

“A expectativa é que o IBID traga benefícios para os governos, ao atuar como um instrumento para formulação e monitoramento de políticas públicas; para a sociedade, ao permitir melhor compreensão do cenário da inovação e conhecimento sobre potencialidades e desafios; e para o próprio INPI, ao atuar como instrumento de disseminação da cultura e uso estratégico da propriedade industrial”, destaca Ventura.

O debate com os representantes de Minas destacou a importância de tal indicador no sentido de fornecer a cada Estado informações relevantes para suas políticas públicas. A ideia é que as informações presentes no relatório do IBID possam ser desdobradas em estratégias e direcionamentos, tendo como resultado o fortalecimento da inovação e de seus agentes no Estado.

A apresentação foi gravada e está disponível para os interessados no canal YouTube da FAPEMIG.


Resultados 2024
O IBID foi desenvolvido pelo INPI com base na metodologia do Índice Global de Inovação (IGI), da Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI). Ele é subdividido em dois grupos: contexto, referente às condições que tornam um estado ou grande região mais ou menos propício à inovação; e resultados, que abrange os produtos do processo inovativo.

Estes dois grandes grupos desagregam-se em sete pilares da inovação: Instituições, Capital humano, Infraestrutura, Economia, Negócios, Conhecimento e tecnologia e Economia criativa. Os pilares de inovação vinculam-se a 21 dimensões que, por sua vez, são construídas a partir de 74 indicadores obtidos a partir de fontes oficiais e/ou disponíveis publicamente.

De acordo com os resultados de 2024, Minas Gerais ocupa a sexta posição geral no IBID, atrás de São Paulo, Santa Catarina, Paraná, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, nessa ordem. O desempenho do Estado está acima da média brasileira e destaca-se, especialmente, nos pilares Instituições (3º lugar nacional) e Conhecimento e tecnologia (4º lugar nacional). De forma específica, Minas se destaca nas dimensões Ambiente institucional (2º), Indústria, comércio e serviços (2º) e Impacto do conhecimento (2º).

O pilar em que Minas obteve a pior posição nacional (8º lugar) foi em Infraestrutura. Esse pilar abrange as dimensões Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs), onde ficou em 11º lugar nacional, e Sustentabilidade (12º lugar). O pior desempenho, entre as dimensões, foi em Crédito (18º lugar), formado por indicadores como volume de crédito em proporção ao PIB e financiamento de investimentos em inovação pelo BNDES.

Para saber mais sobre a metodologia e os resultados de 2024, basta acessar o relatório IBID 2024, disponível aqui