Pensa-se muito sobre como será o futuro. Se as pessoas poderão dirigir espaçonaves, se tele transportarem ou viajarem de férias ao planeta Marte. Mas e o passado?
Existem ciências que se dedicam a desvendar e entender como as pessoas viviam antigamente. Porém, as formas para descobrir essas histórias são diversas. Já que é possível conhecer os hábitos de uma sociedade até mesmo com coisas simples, como um vidrinho de remédio.
Como isso é possível? Por meio da Arqueologia Histórica, ciência que trabalha com objetos encontrados, como o vidro, nos sítios arqueológicos para recontar o passado.
Mas o que o xarope tem a ver com isso? Segundo o coordenador do Laboratório de Arqueologia da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (Fafich) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Carlos Magno Guimarães, acontece que nas escavações – em fazendas e núcleos urbanos – é muito comum encontrar fragmentos de vidros.
De acordo com o professor, esse material remete à possibilidade de terem sido usados para guardar remédios. São tantos vidrinhos que o pesquisador até desenvolveu um registro das peças.
Chamado de “Catálogo das coleções de vidros arqueológicos: vidros e medicamentos para arqueólogos” o projeto, apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (FAPEMIG), investiga a vida social de outros tempos. Por meio, é claro, dos vidros de medicamentos encontrados em sítios arqueológicos de Minas Gerais.
Durante os estudos, além dos vidros, outro aspecto chamou atenção dos arqueólogos. As propagandas.
De acordo com Carlos Guimarães foi identificada, em jornais e revistas antigos, uma quantidade muito grande de anúncios de medicamentos. Que assim como os frascos ajudam a entender uma série de aspectos da vida destas pessoas.
Um exemplo dado pelo professor são os famosos remédios milagrosos, muito comuns antigamente. Segundo Carlos, como na época não havia leis que controlavam a divulgação dos medicamentos, tudo era válido.
“Certas substâncias eram anunciadas como eficazes para 15 ou 20 doenças diferentes, sendo que uma não tinha nada a ver com a outra”, conta o arqueólogo.