Combatendo um desafio milenar

Vitor Hugo Silva - 04-09-2019
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A malária é uma doença infecciosa que ainda faz muitas vítimas no Brasil. De acordo com dados do Ministério da Saúde, de janeiro a março de 2019, foram registrados 31.872 novos casos no País. A busca por tratamentos mais eficazes é um dos objetivos da equipe liderada por Antoniana Ursine Krettli, professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Em, conjunto com pesquisadores do Grupo de Pesquisas Malária Experimental e Humana, do Centro de Pesquisas René Rachou, ela estuda o desenvolvimento de novos fármacos com ação contra a doença.

O objetivo é desenvolver remédios capazes de curar a infecção e, simultaneamente, bloquear a transmissão dos parasitas da malária. A expectativa é que eles sejam fáceis de produzir e tenham baixo custo.

Até o momento, o combate à malária se resume a tratamentos que destroem o parasita. Mas esses organismos desenvolveram uma resistência à maioria dos antimaláricos disponíveis. Outro problema é que o parasita Plasmodium vivax, mais comum no Brasil, permanece dormente no fígado do infectado durante o tratamento.

Um novo fármaco foi apontado como promissor pelos pesquisadores, o Mefas. Criado no Instituto Farmanguinhos e sintetizado por químicos e pela pesquisadora Núbia Boechat, ele foi apresentado em parceria com a equipe mineira. Além do Mefas, outros fármacos com potencial antimalárico e de baixa toxicidade já foram testados, mas apenas em camundongos.

Se todos os testes apresentarem resultados seguros, a Fiocruz terá condições de produzir o medicamento em larga escala. “O Instituto de Tecnologia em Fármacos ocupa posição estratégica como laboratório farmacêutico oficial vinculado ao Ministério da Saúde, com capacidade instalada de produção de mais de 6,5 bilhões de unidades de medicamentos. Não temos problemas com o Mefas, pois o Farmanguinhos pode produzir em larga escala”, garante a professora.  

Saiba mais sobre essa pesquisa na revista Minas Faz Ciência edição nº 72.

Malária

A malária é uma doença infecciosa de febril aguda. É causada por protozoários do gênero Plasmodium, que são transmitidos pela picada da fêmea do mosquito Anopheles, conhecido como “mosquito-prego”. Sua reprodução e crescimento é favorecido por temperaturas altas e lugares úmidos. Locais com condições precárias, com falta de saneamento básico e baixo Índice de Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), são uma das causas comuns que favorecem o aumento da epidemia. Os principais sintomas da malária são febre elevada, regular e intermitente, dores de cabeça, dores no corpo, suor, calafrios, falta de apetite e fraqueza.