O ano de 2020 acabou e é hora de pensar no futuro, visando construir um 2021 prospero para a ciência, inovação e tecnologia. Conheça as ações da FAPEMIG planejadas para esse ano.
A FAPEMIG tem recebido apoio de setores importantes da sociedade, do governo, de empresários e da própria comunidade científica e tecnológica. Segundo o presidente da Fundação, Paulo Beirão, isso acaba por promover a construção de diálogos, permitindo, assim, que a FAPEMIG trabalhe com a perspectiva de ações de grande impacto, tanto na economia, quanto no bem-estar das pessoas, e contando com a recomposição do seu orçamento.
Algumas chamadas já estão planejadas. Segundo o assessor técnico de Ciência e Inovação da FAPEMIG, Rafael Pessoa, uma delas é a Chamada Redes de Pesquisa e Inovação para Soluções Educacionais no Contexto da Pandemia e Pós-Pandemia de covid-19. A oportunidade, voltada para redes de pesquisa de ciência e inovação, abordará a educação em contexto de pandemia e pós-pandemia. “Quem tem filho em casa sabe exatamente as dificuldades e desafios desse sistema. Certamente a academia pode oferecer soluções para a educação no ‘novo normal’”, pontua.
Em 2021, também será lançado o Programa Centelha 2, iniciativa que visa estimular a criação de empreendimentos inovadores a partir da geração de novas ideias, assim como disseminar a cultura do empreendedorismo inovador. “Também temos prevista uma Chamada de apoio aos Núcleos de Inovação Tecnológicas, os NITs, engrenagens fundamentais do sistema para realizar a interação entre universidade e empresas, assim como a possibilidade do lançamento da segunda edição da Chamada Tríplice Hélice, que busca ligar empresas a produtos tecnológicos, a fim de tirá-los das prateleiras da universidade”, informa.
A expectativa é de retomada de chamadas tradicionais da FAPEMIG, como a Chamada de Demanda Universal, e do Programa de apoio à iniciação científica e tecnológica (PIBIC), que concede bolsas de estudos a alunos da graduação.
Rafael Pessoa defende que o PIBIC é a porta de entrada para a ciência e que mantê-lo suspenso por muito tempo é perigoso. “Ciência se faz com pessoas capacitadas. No PIBIC, alunos de graduação, ou mesmo de ensino médio, se interessam pela ciência e pela pesquisa. Dessa forma, a nossa intenção é retomá-lo em 2021, mesmo que com um valor um pouco menor”, informa. Vale lembrar que o Programa de Apoio à Pós-Graduação (PAPG), que concede bolsas de mestrado e doutorado, foi mantido em 2020 e não sofrerá cortes em 2021.
Sobre a Chamada de Demanda Universal, Pessoa informa que a FAPEMIG pretende iniciar o pagamento dos projetos aprovados em 2017 e 2018 – assim como do Programa Pesquisador Mineiro (PPM) – no primeiro semestre deste ano. O assessor conta que “várias invenções científicas têm origem na pesquisa básica. Então, a Demanda Universal é uma importante ação e temos, também, a intenção de lançar nova Chamada em breve. Estamos elaborando regras e mecanismos específicos para que novas ideias possam ser financiadas e que nenhum pesquisador e pesquisa, incluindo aqueles contratados em chamadas anteriores, sejam prejudicados”, ressalta.
O assessor também informa que há perspectiva de retomada do Programa de Capacitação de Recursos Humanos (PCRH), voltado especificamente para os órgãos estaduais que executam pesquisa. Também há a intenção, caso haja disponibilidade orçamentária, de retomar a Chamada de Publicação de Periódicos e a de Organização de Eventos, ambas suspensas já há algum tempo.
Para esse novo ano, a FAPEMIG também está trabalhando nas chamadas Plataformas de Conhecimento. O conceito, já adotado na Europa e que vem sendo discutido no Brasil, refere-se a indução de projetos de pesquisa com foco na geração de conhecimentos a serem aplicados em áreas prioritárias para o Estado, e associados a órgãos ou empresas capazes de implementar esses resultados.
Segundo Pessoa, essas pesquisas orientadas por missão são uma tendência da ciência mundial. Dessa forma, a ideia é desenvolver plataformas dessa natureza em Minas, com temáticas que o Estado poderia desenvolver e aplicar de forma mais rápida, “funcionando como uma união entre pesquisa e aplicação, podendo, inclusive, desenvolver novas indústrias”, destaca.
O assessor lembra que o lançamento de chamadas orientadas por missão sempre aconteceu na Fundação e que, inclusive, há fundos destinados a esse tipo de ação. Porém, esses editais surgiam devido a iniciativas ou necessidades ocasionais, como a covid-19. “Isso vai continuar acontecendo e a FAPEMIG vai continuar a agir e colocar sua estrutura à disposição dessas demandas, mas a ideia da plataforma é termos uma estratégia de desenvolvimento bem definida. Para que a ciência e pesquisa tenham de fato um impacto no desenvolvimento social e econômico, é preciso priorizar investimentos e garanti-los a médio e longo prazo”, conta.
O presidente da Fundação, Paulo Beirão, ressalta que para essas plataformas sejam bem sucedidas é necessária “uma articulação ampla com a sociedade, governo e comunidade científica. E é isso que estamos costurando”, informa.