Parceria firmada entre a Fundação Renova e as Fundações de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais e do Espírito Santo (FAPEMIG e Fapes) vai investir R$ 5,7 milhões em projetos de pesquisa que proponham soluções para a recuperação socioeconômica e socioambiental das áreas atingidas pelo rompimento da barragem de Fundão. As submissões para a chamada podem ser feitas a partir de hoje (8) e estarão abertas a Institutos de Ciência e Tecnologia (ICTs) sediados em Minas Gerais ou no Espirito Santo.
Através da Chamada Pública Fapemig 09/2018, serão selecionados e financiados projetos de pesquisa de até R$ 1 milhão e com prazo para desenvolvimento de 24 meses. As propostas devem abordar uma ou mais linhas temáticas apresentadas na chamada, como pesca, educação e cultura, uso sustentável da terra, monitoramento de ecossistema, entre outras.
Os recursos são oriundos da Fundação Renova. À FAPEMIG, cabe o encaminhamento do julgamento de todas as propostas, da divulgação do resultado e da análise dos recursos.
Para acessar a chamada, clique aqui. O prazo vai até dia 31 de janeiro de 2019.
Segundo Paulo Rocha, líder da frente de fomento à economia da Fundação Renova, uma das premissas da entidade é incentivar e financiar a produção de conhecimento relacionado à recuperação das áreas impactadas pelo desastre, através da criação e fortalecimento de linhas de pesquisa de tecnologias aplicadas. “Considerando o ineditismo do rompimento e das ações de reparação, grande parte das soluções tecnológicas para os desafios encontrados pelas áreas socioeconômicas e socioambientais da Fundação ainda se encontra na fronteira do conhecimento. O apoio da FAPEMIG e da Fapes é essencial nesse contexto”, avalia.
O diretor de Ciência, Tecnologia e Inovação da FAPEMIG, Paulo Sérgio Lacerda Beirão, completa: “Quando o poder público ou uma empresa enfrenta determinado problema, raramente recorre à academia para ajudar a encontrar a solução. Há exceções, claro. Mas, no geral, a tendência é copiar soluções do exterior ou comprar tecnologias, que nem sempre são as mais adequadas. A academia pode contribuir muito, e quando não há conhecimento pronto, ela busca. A participação da ciência é fundamental para solucionar crises desse tipo e precisamos incentivar indústria e academia a conversar mais”.
Para o diretor-presidente da Fapes, Jose Antonio Bof Buffon, “A FAPES, desde a primeira hora do rompimento da barragem de Fundão, se comprometeu em buscar soluções. Procuramos a FAPEMIG e firmamos uma parceria para um Edital conjunto, iniciativa que foi encorpada com a adesão da CAPES, ANA e CNPq. Projetos deste Edital já estão em execução e, inclusive, foram objeto uma primeira avalição. Desta forma, estamos diante de outra importante parceria ente FAPES FAPEMIG, agora com a Fundação RENOVA. O objetivo é buscar o aprofundamento do conhecimento relacionado com o Rio Doce, particularmente naqueles temas agora mais voltados pra a recuperação do rio e a sustentabilidade socioeconômica da região afetada.”