Criada com a missão de induzir e financiar a pesquisa científica, tecnológica e de inovação em Minas, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG) chega aos seus 40 anos como uma das principais agências de fomento do país. A expectativa é que o investimento na área, em 2025, ultrapasse os R$560 milhões, cumprindo a proposta do Governo de Minas de um aporte de mais de R$1 bilhão para a ciência, tecnologia e inovação até 2026.
Mais recursos significam mais estudos e soluções para demandas da sociedade. Algumas dessas oportunidades foram apresentadas durante a solenidade em comemoração ao seu aniversário, realizada no dia 28 no recém-inaugurado Centro de Convenções da FAPEMIG. O evento, que contou com a participação do governador Romeu Zema, reuniu pesquisadores, gestores e autoridades.
“Celebrar os 40 anos da FAPEMIG é reconhecer o papel essencial que a ciência, a tecnologia e a inovação têm para o futuro de Minas Gerais e do Brasil. Ao longo de sua trajetória, a FAPEMIG tem sido mais do que uma agência de fomento: tem sido parceira de pesquisadores, universidades, empresas e da sociedade, ajudando a transformar conhecimento em soluções concretas para os nossos desafios”, declara o presidente da FAPEMIG, Carlos Arruda.
Em sua fala, o governador Romeu Zema parabenizou a FAPEMIG pelos avanços e destacou a importância do planejamento, da previsibilidade, da transparência e do trabalho em conjunto. “Na questão da Calixcoca, tivemos a UFMG, a FAPEMIG e as secretarias (Saúde e Desenvolvimento Econômico). Ninguém consegue fazer nada sozinho, precisamos desse trabalho conjunto”.
Um dos anúncios foi a parceria com o Governo do Paraná para a cooperação no desenvolvimento de pesquisas sobre melhoramento de soja e feijão. Essas estão entre as culturas mais relevantes para o agronegócio brasileiro, sendo Minas e Paraná dois dos principais produtores nacionais. O Acordo de Cooperação Técnica foi assinado pelo presidente da FAPEMIG, Carlos Arruda, e pelo presidente da Fundação Araucária, Ramiro Wahrhaftig.
“A cooperação entre os dois estados torna-se estratégica para fortalecer a competitividade do setor e garantir a segurança alimentar do país. Nossa expectativa, ao unir competências complementares, é acelerar as pesquisas em genômica de culturas alimentares centrais para a economia dos dois estados, auxiliando na busca por soluções inovadoras com impacto na competitividade e no desenvolvimento sustentável do país”, explica o diretor de Ciência, Tecnologia e Inovação da FAPEMIG, Gustavo Cançado.
O diretor presidente da Fundação Araucária, Ramiro Wahrhaftig, completa: “Estamos aqui, na solenidade dos 40 anos da FAPEMIG, celebrando acordo de cooperação para iniciar pesquisas em área importante para os dois estados que é a área da agrogenômica. A possibilidade de termos pesquisadores mineiros e paranaenses em projetos comuns vai reforçar muito a capacidade e a qualificação da ciência brasileira. É isso que esperamos efetivamente fazer”.
O Governo de Minas e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) também anunciaram a concessão da carta patente nacional, pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi), e internacional, nos Estados Unidos, da vacina Calixcoca, inovação terapêutica contra a dependência de cocaína e crack. A FAPEMIG é cotitular da patente.
A partir de agora, uma nova etapa se inicia no desenvolvimento da Calixcoca. Com o aporte de R$ 18,8 milhões feito pelo Governo de Minas, será possível iniciar os testes clínicos em humanos, etapa essencial para transformar a pesquisa em alternativa terapêutica concreta. Deste total, R$ 10 milhões são oriundos da Secretaria de Estado da Saúde (SES-MG) e R$ 8,8 milhões da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede-MG), por meio da FAPEMIG.
Diferentemente das vacinas já testadas em outros países, a Calixcoca é não proteica, baseada na molécula sintética V4N2 (calixareno), e induz o organismo a produzir anticorpos que se ligam à cocaína no sangue, o que impede que a droga alcance o cérebro e bloqueia seus efeitos. Os resultados pré-clínicos mostraram não apenas a produção de anticorpos mas também a redução de abortos espontâneos em ratas prenhes expostas à droga. Os filhotes nasceram mais saudáveis e resistentes.
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