A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG) manifesta seu profundo pesar pelo falecimento de Alysson Paolinelli, engenheiro, agrônomo e ex-ministro brasileiro da Agricultura.
"Alysson Paolinelli soube, melhor do que ninguém, usar o conhecimento científico para revolucionar a agricultura brasileira, transformando o cerrado, antes considerado impróprio para a agricultura, em uma terra altamente produtiva. O Brasil muito deve a ele. Deixa para nós o exemplo de como usar nossa capacidade de pesquisa para configurar um modelo de desenvolvimento econômico e social sustentável", comenta Paulo Beirão, presidente da FAPEMIG.
Paolinelli foi ex-secretário da Agricultura de Minas Gerais em três oportunidades (1971-1974 | 1991-1994 | 1995-1998). Durante sua primeira gestão, idealizou e coordenou a implementação de uma nova matriz produtiva baseada em um modelo sustentável, unindo novas tecnologias a incentivos de políticas de crédito para estimular a modernização da agricultura mineira. Com essa política, transformou Minas Gerais no maior produtor de café do país, ao alavancar o desenvolvimento de plantações no Cerrado mineiro, por meio de novas técnicas de plantio desenvolvidas pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), em parceria com as Universidades Federais de Lavras e Viçosa.
Também atuou como ministro da Agricultura (1974-1979), quando realizou a chamada Revolução Verde no Brasil, ao levar a experiência em Minas para outras regiões do País, transformando a até então improdutiva área do bioma do Cerrado brasileiro em um dos principais polos nacionais de produção de alimentos. Essa política lhe rendeu a premiação do World Food Prize (2006), a maior condecoração da agricultura no mundo. Paolinelli também ficou conhecido por defender a prática da plantação intercalada, ora voltada à determinada cultura de plantio, ora usada para pastagens, fortalecendo a manutenção nutritiva dos solos a longo prazo.
O professor ainda exerceu importante participação legislativa, ao ser eleito para o mandato de deputado federal constituinte, em Brasília, entre 1987 e 1991. Foi indicado ao Prêmio Nobel da Paz por dois anos consecutivos, em 2021 e 2022, como reconhecimento de uma carreira voltada para produções sustentáveis e modernas, tendo participação singular no desenvolvimento de políticas para alavancar o desenvolvimento da agricultura do país e melhorar a qualidade nutricional da vida de milhões de brasileiros.
Paolinelli faleceu hoje (29), em Belo Horizonte. O governador de Minas, Romeu Zema, decretará de Luto Oficial por três dias.
A FAPEMIG se solidariza com todos os amigos, colegas e familiares.
(Com informações da Agência Minas)